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Toda pessoa tem meias. Eles ficam nas gavetas do guarda-roupa e às vezes nós os colocamos. Mas como fazemos isso? Não quero falar sobre tecnologia. Como fazer certo, com que perna começar, como apertar. Todo mundo já sabe disso muito bem. Mas você já notou alguma coisinha sobre as meias? No início eles têm o mesmo formato e tamanho e depois, após um longo uso, tornam-se “direitos” e “esquerdos”. E é aqui que começa a diversão. À primeira vista é difícil perceber se a meia é direita ou esquerda. E, sem adivinhar muito, verificamos tudo empiricamente - pegamos e colocamos. Se a meia ficar desconfortável e ficar saliente no dedinho do pé, significa que você errou o alvo e calçou a meia errada. Trocamos de roupa também na vida. Quando tentamos algo e percebemos que não é nosso, que algo não nos convém, nós mudamos. Mudamos a nós mesmos, mudamos o ambiente ao nosso redor, mudamos de emprego, terminamos, iniciamos novos relacionamentos, mudamos para outras cidades e assim por diante. E às vezes acontece que imediatamente colocamos a meia certa no pé direito. E está tudo bem. E o dia estava bom e a vida era linda. E seguimos o fluxo, fazemos o que queremos, fazemos o que amamos. E também acontece que colocamos a meia certa no pé direito, mas parece-nos que algo não está certo. Bom, a gente olha, escuta os nossos sentimentos e não consegue entender, é ele ou não? E assim é na vida. Olhamos para o nosso escolhido, o nosso parceiro, e duvidamos que seja ele quem precisamos. Que ele é o único, o único. Que estamos fazendo o que sempre quisemos fazer. Que a gente trabalha exatamente naquele trabalho, faz aquele trajeto, come aquela comida E aí, para entender isso, pegamos e calçamos outra meia - a esquerda no pé direito. E aqui sentimos que não é a mesma coisa! Esta não é absolutamente a meia que precisamos. E voltamos à versão original. E então, quando a meia direita está de volta no pé direito, a gente gosta de como ela fica legal, como é bom e confortável que tudo esteja no seu lugar. Que vivemos exatamente da mesma maneira, segundo o mesmo padrão. Que às vezes quando algo não nos convém, tentamos outra coisa. E só assim, só de forma prática, podemos às vezes entender o que é realmente nosso, o que realmente nos faz bem. E isso não são erros, como muitos acreditam, erros ou derrotas. Esta é uma experiência. E você não deve ter medo ou negar isso. Vale a pena aceitar, assimilar, confiar. E não tenha medo de tentar algo novo. Afinal, se confundimos as meias, não temos medo de trocá-las. Claro, a vida não são meias. É mais complicado. Mas se você pensar bem, tudo é muito parecido. E se você não complicar nada, não inventar nada, não desacelerar com seus medos e preocupações, mas seguir em frente, com certeza tudo dará certo. E com certeza tudo ficará mais claro.