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Não me tornei músico, infelizmente... Acontece que fugi da escola de música (aula de fonografia) na primeira infância devido a desentendimentos intransponíveis comigo mesmo e rejeição dos sons do instrumento. Mas os sons do violino, da viola, do violoncelo me fascinaram. Meus desejos não estavam destinados a se tornar realidade. Tendo fechado a tampa do piano com um estrondo, não me aproximei do instrumento até me formar na universidade... E a música me cercava o tempo todo, inclusive a música clássica. Aquela sensação incrível e estranha quando você acorda e alguma música familiar está tocando em sua cabeça. Durante o dia você encontra esse trabalho, ouve e se diverte. Sempre houve uma necessidade de música bonita e de alta qualidade. Nunca ouvi música pop. Mas sempre ouvi rock, clássicos e algumas composições de jazz. Vivemos num mundo caleidoscópico, em constante mudança, inclusive na arte e na música. Clássicos, rock, jazz, pop, música eletrônica... A lista de gêneros musicais é atualizada e ampliada. Mas a questão é: qual é a visão de mundo musical da juventude moderna. Todo mundo ouve música... Principalmente os jovens. Você vem para uma palestra e meus alunos estão com fones de ouvido. "O que você está ouvindo?" - Eu pergunto. “Sim, é um morango legal”, eles respondem. Ótima resposta, certo? E isso não é um absurdo e nem um incidente isolado. Esta é a realidade dos nossos dias. Caras sentam nas redes sociais e ouvem música sem ouvir. Para eles ela é apenas uma “brincadeira”, um “truque”, “só para não ficarem calados!”... Sim, não resmungo como uma tia malvada ou, pior ainda, como uma psicóloga malvada. Apenas tentando descobrir por que os jovens não procuram o Belo? A visão de mundo da nossa juventude está em um estado catastrófico! O que os jovens de hoje (15-25 anos, idade dos meus alunos) chamam de música, na minha opinião, é uma ameaça direta à degradação pessoal. Lembro-me do meu próprio conflito entre “pais e filhos” quando, ainda adolescente, descobri o rock e me vi num ambiente informal. Meus pais me entenderam então? Em parte, sim. E a questão toda era que eu poderia usar a música para explicar à minha mãe quais áreas da minha alma ela afetava. Dei exemplos de textos, fragmentos musicais... Então minha mãe, mesmo que não entendesse alguma coisa deles, pelo menos me deu liberdade de escolha musical (pelo que lhe sou muito grato). E hoje muitas crianças não conseguem nem explicar a que está ligada sua escolha, por que ouvem essa coisa em particular... O comportamento de um grupo de adolescentes (jovens) lembra um rebanho. “Todo mundo escuta e eu ouvirei” é um estereótipo que atrapalha o desenvolvimento pessoal. Daí a perda de orientação de valores entre os jovens. Embora em um grupo de 25 pessoas haja uma ou duas pessoas que explicarão e motivarão sua escolha, esses caras serão diferentes em inteligência e habilidades da maioria, e suas preferências musicais serão limitadas ao rock e à música clássica. E para concluir, “Mensagem aos Jovens” do Grande Andrei Tarkovsky...