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NO LIMIAR DA MINHA CASA Não estou envolvido na resolução ou interpretação de sonhos, pois um sonho, ao que me parece, não é um mistério. Em qualquer caso, a chamada “realidade” não contém menos “mistérios da existência” do que um sonho. Um sonho é uma “obra de arte” do nosso inconsciente. E é nesta qualidade que cada um de nós deve percebê-la. Ou seja, é importante viver do conteúdo simbólico do sonho - as impressões dessa “obra” e utilizar essas impressões como forma de ter acesso às possibilidades atualizadas. O sono é um dos estados em que nos encontramos “na soleira da nossa própria casa”. Este é o espaço onde nos encontramos, como se regressássemos a algo importante, muito significativo e querido. Um sonho é uma forma de acessar algum metaconteúdo supervalioso - conteúdo sobre de onde viemos e onde está localizado o lugar que chamo de “minha casa”. Como diriam os pesquisadores da área da psicologia, um sonho é um caminho bizarro para o Self, para o Ontos, para a própria Autenticidade, um Projeto Evolutivo pessoal... Tendo estado envolvido em psicoterapia há um quarto de século, posso com responsabilidade julgar o componente principal de todos os tipos e variedades de nossas aspirações e motivos. A essência das forças que nos movem em quase todos os casos é um desejo profundo e, em geral, inconsciente de “voltar para casa”. Quando um sujeito avalia as perspectivas desse retorno como vagas e incertas, ele tem vários problemas, inclusive de saúde. Essa ideia sobre o desejo principal da vida contém dois pressupostos. A primeira é que em algum lugar do Inconsciente de cada um de nós existe um conhecimento real sobre “nossa própria casa”. Este conhecimento não é racionalista e não pode ser descrito verbalmente. Este conhecimento é um complexo de impressões cinestésicas e figurativas e, creio eu, impressões dos estados de autenticidade da própria existência na forma de beleza, liberdade, calma, harmonia e a alegria infinita de ser e a felicidade de viver uma vida plena. O segundo pressuposto reflecte o facto imutável da catastrófica escassez de “paraíso pessoal” no terreno”. Isso inevitavelmente se manifesta em inquietação e inquietação, ansiedade agitada e pressa sem fim. Como se você pudesse escapar desse estado de “déficit”! Às vezes existe a ilusão de que ainda é possível e realista compensar a “falta de felicidade de estar em casa”. O sujeito desenvolve uma atividade inimaginável no desejo de obter sucesso social – uma posição e lugar nos almejados andares superiores da hierarquia social. Muitos invejam o tema do sucesso social, acreditando ingenuamente que “o estatuto é a própria pessoa”... Raramente, porém, no caminho para o sucesso social alguém se encontrava “à porta da sua própria casa”, ganhando uma sensação de cobiçado paz, liberdade e felicidade. Não posso dizer que isso seja impossível, penso até que, em tese, o sucesso social deveria apenas abrir a possibilidade de felicidade pessoal! Acredito que a Sabedoria, se vier como consequência natural da experiência de superação de dificuldades no caminho do sucesso social, é a almejada condição sistêmica confiável que garante ao sujeito a descoberta final do “caminho para sua casa”. que no caminho da socialização e da profissionalização, da “mobilidade social vertical”, muitas pessoas não só não ganham a Sabedoria, mas geralmente perdem a cabeça. Muitos “sujeitos de posições e nichos sociais de prestígio” tornam-se extremamente “pessoas importantes” a quem outras pessoas deveriam tratar através de um ritual especial de veneração. E não só no trabalho, mas também em situações informais, estes sujeitos esperam e realmente exigem “respeito merecido”. Ao rodearem-se de pessoas apropriadas – “rituais” –, tais sujeitos consolam-se com uma ilusão existencial fundamental relativamente ao seu próprio poder e significado. Na verdade, a lacuna entre a autenticidade profunda….