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Na psicologia, dois psicólogos proeminentes escreveram especialmente muito sobre o narcisismo - sobre o narcisismo imprudente de uma pessoa em si mesma, sobre o eu “grandioso”, inflado e “inflado” de algumas pessoas. A sua visão do narcisismo é quase oposta. Hein Kohut acredita que o narcisismo é uma fase obrigatória pela qual toda criança passa no seu desenvolvimento. Geralmente a criança passa por uma fase e supera o narcisismo. Mas acontece que algo dá errado. E a criança não supera essa fase; ela permanece nela, já adulta, Kohut acredita que o narcisismo é característico daquelas pessoas que não tiveram o reconhecimento e o amor dos pais no período em que estavam na fase narcisista. eram caracterizados pelo narcisismo. Como não foram preenchidos com narcisismo graças ao amor incomensurável de seus pais, a necessidade desse amor permanecerá no adulto. Como ajudar um adulto assim? Kohut acredita que a ajuda consistirá no fato de o terapeuta “brincar” com o cliente como um pai que será capaz de compreender e refletir os sentimentos narcisistas do cliente. A estratégia de Kohut seria validar os egos narcisistas, autoengrandecedores e grandiosos do cliente narcisista. Com o tempo, o narcisista adulto deixará de ser um narcisista, pois será dominado pelo amor do “pai”. Otto Kernberg vê o narcisismo de forma diferente de Kohut. Ele acredita que o narcisismo é um traço patológico, que o narcisismo é uma defesa psicológica contra sentimentos de insignificância. Kernberg não considera necessário refletir as afirmações narcisistas do cliente, mas sim utilizar uma estratégia de confronto. Kernberg gentilmente apontará para uma pessoa que suas declarações auto-engrandecedoras sobre si mesmo contradizem a realidade em que essa pessoa se encontra. O objetivo de Kernberg não é ferir a pessoa narcisista, ferindo seu orgulho narcisista, mas apontar gentilmente a visão irrealista de si mesmo. A técnica de confronto, aliada ao fato de a relação com o terapeuta não ser destruída, e as técnicas interpretativas, dão frutos: a personalidade do narcisista começa a se integrar. É a integração da personalidade que é o objetivo da psicoterapia segundo Kernberg. O narcisismo é um mecanismo de defesa. Uma pessoa narcisista tende a se exaltar porque no fundo se sente uma pessoa inútil. E para abafar esse sentimento é preciso recorrer ao autoengrandecimento. Vemos uma lacuna na personalidade, uma divisão. E o confronto e a interpretação permitem colmatar esta lacuna, para garantir que uma pessoa possa ver tanto o que há de bom como de mau em si mesma. Embora seja narcisista, ele não é capaz disso: ou se entrega a fantasias narcisistas ou está à beira do desespero. Uma coisa ou outra. Tendo alcançado a capacidade de integração, a pessoa não sentirá necessidade de proteção narcisista. Quem está certo? A psicologia não tem resposta para essa pergunta. Mas sabe-se que a eficácia dessas abordagens na prática é muito próxima. Na minha prática, tendo a combinar essas duas abordagens. Por um lado, posso sentir que é especialmente importante para o cliente agora que as suas opiniões narcisistas sejam apoiadas. Outras vezes sinto que confrontar e interpretar o narcisismo será mais útil do que a sua “confissão”.”.